Para entendermos a história de Goiânia vamos voltar no tempo, mais precisamente no ano de 1891, essa foi a data em que pela primeira vez foi cogitada a mudança da capital do Estado, que na época era a atual Cidade de Goiás. A ideia dessa mudança surgiu da necessidade de localizar melhor a capital, de acordo com os interesses econômicos e sociais de todos os municípios goianos. A primeira Capital Goiana tinha sido escolhida, quando a Província era aurífera, ou seja, a principal atividade econômica era a exploração do ouro. Mas tarde com o fim do ciclo do ouro, ficou claro que a criação do gado e a agricultura passaram a ser fatores preponderantes no desenvolvimento, e foi nessa época que a Cidade de Goiás sofreu sua primeira grande crise, já que a região não é propicia para a atividade agropecuária. Aos poucos a cidade foi se recuperando até que em 1930 a ideia da mudança da capital volta a ser cogitada, e desta vez o então interventor do Estado Pedro Ludovico Teixeira toma a decisão de fazer a transferência para um local mais apropriado, sendo assim em 1932 foi nomeada uma comissão para a escolha da nova capital do estado.
Tomada decisão, em 1933 foi iniciado as obras para a edificação de Goiânia, e em 24 de outubro deste mesmo ano foi lançada a pedra fundamental, porém foi em 1935 que se organizou o Município, quando foi assinado o primeiro Decreto que determinava a transferência da Secretaria Geral, Secretaria do Governo e Casa Militar para a então nova capital. O acontecimento provocou na Cidade de Goiás um golpe ainda maior que a decadência do ouro.
Mas apenas em 23 de março de 1937 que o Decreto de nº1816 foi assinado transferindo definitivamente a Capital Estadual para Goiânia e somente em 1942, nove anos depois de iniciada a construção, quando já contava com cerca de 14 mil habitantes, a cidade foi oficialmente inaugurada e apresentada para o Brasil através de um evento grandioso: o Batismo Cultural. O fundador Pedro Ludovico Teixeira queria algo que revelasse Goiânia como símbolo da vanguarda, da modernidade, que tanto se buscava.
O urbanista Atílio Correia Lima traçou Goiânia a partir do Palácio das Esmeraldas, tendo as avenidas Araguaia, Tocantins e Goiás convergindo para o centro do poder. Mas por muitos anos a capital foi apenas um imenso canteiro de obras, que eram realizadas com muitas dificuldades. O tempo passava e Goiânia crescia, um desenvolvimento lento, mas constante. Pessoas chegavam: muitos a pé, outros a cavalo, outros ainda nos pouquíssimos automóveis existente na época.
Como a cidade começou a ser construída do zero, não existia comércio e muito menos indústria, foi então que Pedro Ludovico Teixeira lançou incentivos para atrair investidores que pudessem alavancar o crescimento da nova capital. Diversão era outra carência da cidade que aos poucos ia tomando forma de uma capital, a mocidade buscava na famosa Campina das Flores um pouco de lazer.
Como se não bastasse toda a dificuldade normal do início da formação de uma cidade, a mãe natureza decidiu complicar mais um pouquinho, em 1945 a usina do Jaó, construída no Rio Meia Ponte para gerar energia para a nova cidade é comprometida devido a uma forte chuva, fazendo com que Goiânia ficasse nas escuras durantes muito tempo.
Aos poucos as dificuldades foram sendo superadas, até que na década de 60 a construção de outra capital leva Goiânia de vez para um crescimento jamais imaginado por aqueles que tanto queriam o progresso. A escolha do Planalto Central para sediar a capital federal trouxe um surto de desenvolvimento para toda a região. E Goiânia não ficou para trás: a cidade de Pedro Ludovico abriu as portas para receber gente de todo o país, empresários encontraram aqui o lugar certo para começarem ou expandirem seus negócios, bairros surgiram quase que diariamente para atender a crescente busca por moradia, atravessamos a BR 153 em busca de novos locais para uma verdadeira multidão que aqui aportava. Goiânia que foi projetada inicialmente para 50 mil habitantes hoje conta com quase um milhão e meio de pessoas, tem o PIB acima da média, a indústria atingindo o maior crescimento do país, além de um grande aumento em geração de empregos.
Em meio aos acontecimentos bons e outros nem tanto, Goiânia supera seus limites e chega aos 81 anos como uma das melhores capitais do país para se viver bem.