O ofício da marcenaria exige mãos hábeis e imaginação sem limites. A profissão que já foi considerada tosca e de categoria inferior, relegada a pessoas sem muita instrução se renovou e hoje é considerada quase uma arte de beneficiar e combinar a madeira, criando produtos finais de estética fina e requintada, capazes de transformar ambientes.
A mudança neste cenário teve vários motivos, mas a melhoria do poder aquisitivo do brasileiro e a descoberta de materiais mais baratos podem ser apontados como os principais fatores que alçaram o marceneiro à condição de quase artista e alavancaram a indústria moveleira no país. Em Goiânia, o boom imobiliário dos últimos anos também colaborou.
Bom para o marceneiro, porque tudo isso contribuiu para a valorização da mão-de-obra E não só para os marceneiros. Com o crescimento do mercado, outras profissões começaram a despontar no segmento moveleiro, como designer de interiores.
A boa notícia para quem é do ramo ou está pensando em entrar, é que ainda há muito espaço no mercado. É claro que a profissão exige um certo talento, mas um bom curso profissional pode ajudar e muito. E em Goiás, a formação pode sair até de graça, existem escolas técnicas no estado que oferecem o curso gratuitamente dependendo da idade e da condição social.
E engana-se quem pensa que a formação termina com um curso básico. O profissional da área tem que estar em constante qualificação, já que o mercado muda a cada instante. Os especialistas ensinam, por exemplo, que hoje, o que manda é misturar a madeira com outros materiais como esquadrias, vidros, alumínios, metais oxidados e espelhos. Segundo a decoradora Marcilene Rita Castro, essa mistura promove maior funcionalidade, beleza e versatilidade das peças, além de suavizar o ambiente.
E o melhor de tudo é que o cenário para o futuro do segmento é dos mais animadores. O economista e coordenador do Centro de Pesquisa Econômica e Mercadológica das Faculdades Alfa (Cepem/Alfa), Aurélio Ricardo Troncoso, afirma que Goiás e Goiânia já estão começando a ficar auto-suficientes nesse tipo de produto. Segundo ele, daqui a poucos anos a Capital irá chegar ao ponto de produzir seu próprio produto, e não precisará mais buscar de outros locais.