A cidade de Itumbiara, localizada à 206 quilômetros de Goiânia, mostra-se uma cidade bela e imponente, que tem crescido a passos largos. Sua história começa em 1824, quando o Marechal Cunha Matos instalou na região o Porto de Santa Rita do Paranaíba e que tinha como objetivo atender a passagem da estrada que ligava a região à Minas Gerais. Tal via, segundo dados históricos, teria sido construída após o Deputado Imperial Marechal Cunha Matos fazer voltar uma lei na Câmara da Corte autorizando a abertura de uma estrada variante. Ela partia de São Pedro de Uberabinha (antiga Farinha Pobre e hoje Uberlândia) e se dirigia ao estado de Goiás até alcançar a Estrada Geral em Bomfim, hoje Silvânia.
Com a presença de um porto no Rio Paranaíba, formou-se um povoado. Com o tempo vieram famílias e construíram a capela de Santa Rita de Cássia e, devido a esses fatos, passou a se chamar Porto de Santa Rita. Em agosto de 1842 foi criado o Distrito e Freguesia de Santa Rita do Paranaíba, pertencente ao município de Morrinhos. Já a emancipação política de Itumbiara ocorreu em 12 de outubro de 1909.
Além da estrada ligando Goiás a Minas Gerais, outra obra foi fundamental para o crescimento de Itumbiara: a construção da Ponte Affonso Pena, sobre o Rio Paranaíba. Sua chegada foi importante para o desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro. A ponte é formada somente de ferro, suspensa, do tipo pênsil e apoiada por pilastras que sustentam apenas as extremidades. Inaugurada em 1909, a ponte foi considerada como marco para a integração e desenvolvimento econômico do País no eixo Minas - São Paulo e teve papel fundamental no projeto de interiorização do Brasil, bem como da construção de Brasília. Em 25 de junho de 2014 foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio histórico nacional.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população estimada de Itumbiara é de aproximadamente 100 mil pessoas. E os moradores mais antigos da cidade, como é o caso da artesã Ivanildes Borges Prateado, se lembram de uma cidade bem diferente de hoje, carente de infraestrutura. Segundo a pioneira, não existia saneamento básico, asfalto e a energia elétrica era fraca deixando os moradores muitas vezes "na mão". Tal situação foi sendo revertida, em partes, revertida pelo poder público; no entanto os itumbiarenses sentem saudades da tranquilidade de anos anteriores. Dona Ivanildes recorda que, em outros tempos, era possível sair nas ruas de Itumbiara sem preocupação, ficar com a porta da casa aberta, muitas vezes brincando tranquilamente com amigos. De acordo com o escritor Sidney Pereira de Almeida Neto, isso já não é mais possível porque a carência de segurança é um dos preços pagos pela cidade devido ao desenvolvimento.
No decorrer dos anos, Itumbiara foi se consolidando com uma das cidades mais desenvolvidas do estado de Goiás, e também da região Centro-Oeste do Brasil. E todo o crescimento econômico foi adquirido em duas etapas: a primeira, na década de 1950, motivada pela agricultura - com a produção de arroz e posteriormente de milho - e a outra a partir de 1972, com a chegada de Furnas à Itumbiara. A empresa aproveitou o potencial energético do Rio Paranaíba para construir sua maior usina hidrelétrica e fez uma revolução na cidade, até mesmo na arquitetura. Hoje, o município de Itumbiara é a sétima maior economia do estado de Goiás, sendo movida por outros setores como o de prestação de serviços, indústria e o de agropecuária.
A cultura de Itumbiara também é rica e diversificou-se com o passar do tempo. A Diretora de Cultura da Secretaria Muncipal de Cultura de Itumbiara, Neuza Borges, destaca como principais manifestações culturais do município as artes plásticas e o artesanato fortes, além do encontro de sanfoneiros e a famosa festa de reis. Outro evento que já faz parte do calendário cultural de Itumbiara é o "Arraiá", uma verdadeira festa que combina muita música feita por artistas de renome nacional, com ações de cunho filantrópico.
Itumbiara, como toda cidade em desenvolvimento, possui seus problemas. Apesar deles, seus moradores fazem questão de declarar o amor pela cidade. Um exemplo é Dona Ivanildes Borges que deixa um recado: "quem falar mal de Itumbiara vai comprar briga comigo, porque esta é a cidade que me acolhe".