O Jardim Balneário Meia Ponte foi mais um loteamento aprovado na década de 50, assim como a maioria dos bairros mais antigos de Goiânia. Esse “boom” de loteamentos não aconteceu só porque a população da cidade estava crescendo. Quem estuda a história da ocupação da capital aponta principalmente uma lei do então prefeito Eurico Viana, que tirou do dono do loteamento qualquer obrigação de instalação de infraestutura no bairro. O resultado:quase 200 novos loteamentos propostos e aprovados pela prefeitura em menos de 10 anos.
O Balneário foi um deles. E enquanto nas regiões sul, sudeste e sudoeste foram dezenas de parcelamentos, o bairro reinava sozinho na região norte da Capital.
Como todos os bairros que surgiram em Goiânia, de seu início até meados da década de 70, com exceção do Centro, o Jardim Balneário Meia Ponte, teve apenas as ruas abertas e os primeiros moradores, não contavam com nenhum serviço básico. O mais grave problema do bairro, em seu início, era a água. Rede de água tratada na época era um privilégio do centro da cidade. A saída eram as cisternas, mas segundo os moradores, aqui a água era muito profunda, o que tornava a tarefa ainda mais difícil.
Nesses primeiros anos de vida, o Jardim Balneário Meia Ponte era quase que desconhecido no resto da cidade. O que tornava o bairro um pouco mais falado na cidade era um clube que tinha o mesmo nome: Balneário Meia Ponte. Era o clube que movimentava o setor nos fins de semana e que também realizava famosos bailes de carnaval. Ninguém sabe bem ao certo porque, mas há alguns anos, o clube foi a leilão e o agradável balneário foi transformado em um condomínio fechado. Com o fechamento, o bairro perdeu mais que um clube, perdeu também um pouco de sua identidade e de seu charme.
Mas justiça seja feita. Nem só o clube fazia a fama do Jardim Balneário. Se os moradores não tinham muito em termos de infra-estrutura, o emprego estava mais próximo. A instalação da Cervejaria Antarctica, hoje Ambev, ainda na década de 70, acabou influenciando no povoamento e mais: na permanência das pessoas por aqui.
E parece brincadeira para quem só conhece a facilidade dos tempos atuais, mas na época quase ninguém tinha fogão a gás aqui no bairro. E mais uma vez era a fábrica da Antarctica que ajudava doando lenhas os moradores para o aquecerem o fogareiro.
Região Norte
As cidades crescem primeiro para o sul. Isso é uma tendência mundial. Em Goiânia não foi diferente. Durante muitos anos a região norte ficou estagnada. Poucos loteamentos foram abertos e os que já existiam como o Balneário, não exerciam muita atração nem para se morar, nem para se investir. Com poucos moradores, os serviços básicos demoravam mais ainda para chegar, o comércio não crescia e o desenvolvimento acontecia muito lentamente. Mas a cerca de dez anos essa situação começou a mudar.
Depois de muita espera, as coisas foram se ajeitando. Primeiro veio a energia elétrica, depois a água tratada. O asfalto mesmo que em etapas, há pouco tempo cobriu de preto todas as ruas do bairro. E até a rede de esgoto já foi feita aqui. Isso tudo mudou a cara do Balneário.
Associação dos Idosos
A Associação dos Idosos, fundada em 1988, também contribuiu e continua contribuindo para o crescimento do bairro. Na entidade toda a comunidade, independente da idade encontra apoio. Por tudo isso a entidade também virou referência do Jardim Balneário.
Que ainda falta muito, isso é fato. Mas hoje o bairro já é outro e em nada se parece com o balneário daqueles tempos. A população cresceu e se antes muitos foram embora por conta da falta de infra-estrutura, hoje faltam lotes para outros tantos que gostariam de se instalar por aqui. Quem resistiu a tantas tempestades, hoje desfruta e se orgulha dos tempos de bonança.