O Jardim América tem nome garboso, copiado de um bairro paulista, igualmente elegante. Além disso, em comum, tinham também a proposta já expressa no nome. Foram projetados para serem bairros jardim e ocupados pelas classes A e B. Em Goiânia a proposta acabou não sendo efetivada.
O Jardim América teve início a partir de um desmembramento do antigo Setor Macambira, que havia sido aprovado em 1951 e dois anos depois, por força de um decreto, dividido em Jardim América e Setor Sudoeste Macambira, atualmente apenas Setor Sudoeste. O loteamento, um dos maiores da Capital, custou a ser ocupado e quando as primeiras famílias chegaram encontraram um local não muito bonito de se ver e nem tão agradável para se morar, o bairro não oferecia nenhuma infra-estrutura, na época da seca a poeira castigava os moradores já no período chuvoso eles sofriam com a lama e os buracos.
O historiador Adriano de Castro Melo, que estudou a história do bairro para o trabalho de conclusão do curso, conta que a princípio, o bairro foi projetado para ser de classe média, seguindo já a tendência da região sul da cidade. Mas a ocupação primeira foi por trabalhadores de origem muito humilde.
Naquela época o Jardim América era um bairro de proporções gigantescas e pouquíssimos moradores, o que era mais um entrave para a implantação de serviços básicos, que na época não haviam chegado nem a bairros mais nobres. Além disso, os primeiros habitantes tinham que conviver com o estigma de bairro violento e perigoso.
DESENVOLVIMENTO
A mudança no perfil dos moradores do Jardim América só aconteceu a partir da década de 80. Segundo Adriano de Castro, a passagem não foi obra do acaso ou apenas conseqüência do processo de crescimento da cidade. Ele afirma que houve um projeto do poder público chamado Cura com esse intuito. E se a intenção era mudar a cara do bairro, ela foi acertada.
Em poucos anos, a maioria dos moradores mais pobres foi saindo do Jardim América. E no lugar deles, famílias mais abastadas, arranha-céus e muitas empresas, de todos os segmentos. Hoje o bairro abriga mais de 50 mil habitantes. E como que numa profecia, a maioria dos moradores é de pessoas de classes privilegiadas, algumas, até famílias que melhoraram de vida junto com o bairro.