Alexânia é um pequeno e simpático município do entorno do Distrito Federal, que fica às margens da BR-060, rodovia que liga Goiânia a Brasília e sempre teve uma importância fundamental nos destinos da cidade.
Antes da formação de Alexânia, ainda na primeira metade do século passado, o que havia nas proximidades era um pequeno distrito de grande beleza natural: Olhos D’Água. Em meados da década de 50, o anúncio da construção da capital federal a cerca de 100 quilômetros dali, mexeu com o povoado. Tanto que logo depois, em 1958, Olhos D’Água ganhou autonomia política e administrativa, com a emancipação. Dois anos depois, o primeiro prefeito eleito, Alex Abdallah, loteou uma grande área de sua propriedade às margens da BR-060, que estava em construção, e transferiu a sede do município para o local, já com o nome de Alexânia. Quase simultaneamente, outro investidor, Nélson Santos, também abriu um loteamento ao lado, chamado de Nova Flórida. Segundo moradores mais antigos, o nome Alexânia, veio da junção do nome do então prefeito e de sua mãe, Ana.
A princípio, Alexânia, mesmo emancipada, não passava de um vilarejo, sem nenhuma infraestrutura, que servia apenas como cidade-dormitório de Brasília. E por muito tempo a cidade seguiu assim: poucas casas, ruas sem asfalto, carência de escolas, energia elétrica precária. Com pouca arrecadação, o poder público pouco fazia pela cidade, que não oferecia atrativos para que empresários investissem ali. E o círculo vicioso se mantinha.
ECONOMIA
Se naqueles tempos, a zona urbana de Alexânia ainda não conseguia ter vida própria, foi na zona rural que a economia do município começou a se firmar. Segundo os moradores mais antigos, Brasília nunca conseguiu produzir todos os alimentos que o grande mercado consumidor necessitava. Assim desde o início, foram os municípios do entorno que abasteceram a capital federal. E Alexânia, por conta do fácil acesso e da fertilidade das terras, saiu na frente.
Foram os produtos agropecuários, como hortifrutigranjeiros e leite “exportados” para Brasília, que primeiro fizeram girar a economia do município. Esse movimento foi tão importante para a cidade, que até hoje, Alexânia ainda mantém cerca de 30% de sua população na zona rural. Brasília teve ainda outra influência sobre Alexânia: a população do município começou a aumentar por conta da busca, por moradores da capital federal, por imóveis mais baratos. E mais uma vez as cidades do entorno foram o destino. Até hoje, Alexânia, talvez, por conta também da localização, ainda é uma das mais procuradas.
DESENVOLVIMENTO
Se uma enquete fosse feita em Alexânia sobre o que promoveu a arrancada da cidade rumo ao desenvolvimento, a resposta seria unânime: a chegada da Cervejaria Schincariol. A abertura da empresa em 2003, às margens da BR-060 foi responsável por um aumento considerável na arrecadação de impostos e na geração de centenas de vagas de empregos.
Hoje a arrecadação mensal do município está entre R$ 3 e R$ 4 milhões. Na esteira da chegada da Schincariol, outras empresas menores também se instalaram em Alexânia. Algumas sem nenhuma ligação com o segmento cervejeiro, apenas vieram se aproveitar do momento de crescimento da cidade. Toda a movimentação provocada pela chegada da cervejaria e, em seguida, por outras empresas teve reflexos imediatos no comércio de Alexânia, que cresceu e se diversificou. Juntando tudo isso à localização privilegiada da cidade, as expectativas para o futuro são as melhores possíveis. O município está inserido no chamado “Eixo da Prosperidade” que engloba a Grande Goiânia, Anápolis e o Distrito Federal.
Especialistas estimam que nesta região exista um mercado de cerca de 6 milhões de consumidores. Além disso, a cidade está ligada a todo o Brasil, através da BR-060 e do Porto Seco de Anápolis, que fica a poucos quilômetros de Alexânia. Mas ainda tem mais motivos que justificam a euforia: a construção de um shopping ao estilo Out Let no município, com previsão de abertura para o próximo mês de maio, traz outro movimento parecido com o da chegada da Schincariol.
EMPREGO
A cidade já sofre com a escassez de mão-de-obra em alguns segmentos, como na construção civil. E esse problema deve se intensificar e atingir outras áreas, já que o centro de compras deve oferecer de 800 a 1.200 vagas, já no início do funcionamento.
Outra questão que preocupa a cidade é a falta de qualificação profissional da mão-de-obra alexaniense. Os moradores observam que isso tem causado dois problemas: A população local só tem conseguido colocações em cargos enores. Isso já teria acontecido com a Schincariol e deve se repetir com o Out Let. Além disso, como as empresas precisam de funcionários qualificados, elas “importam” trabalhadores que se instalam em Alexânia com suas famílias, inchando o município e gerando um alto custo social. Atenta a esta questão, a prefeita da cidade, Maria Aparecida Gomes Lima, a Cida do Gelo, afirma que tem buscado solução para o problema. Já foi implantado no município o Programa Bolsa Futuro, do governo do estado, que prevê a destinação de 500 vagas para a população local. Serão oferecidos 10 cursos, sendo que cada participante deve optar por 2 deles. Como incentivo, o governo concede uma ajuda de custo no valor de R$ 75,00. Com isso, a prefeita espera resolver, pelo menos, em parte a problemática.
Outra dificuldade enfrentada pelos munícipes e que também tem sido um entrave para o crescimento é a falta de rede de esgoto. Para isso, a prefeitura também promete solução ainda este ano. Segundo Cida do Gelo, dentro de no máximo 2 meses, a administração municipal vai assinar convênio com a Saneago, para o início da construção da rede de esgoto para toda a cidade.