Hoje o Setor Criméia é um bairro de classe média, localizado na Região Norte de Goiânia foi subdividido em duas regiões, Oeste e Leste, ficando conhecimento como Criméia Oeste e Criméia Leste, como se fossem dois bairros distintos, mas a realidade é que suas histórias estão interligadas. O bairro surgiu no início da década de 50, na antiga fazenda Criméia, mas foi somente na década de 60, com a chegada da energia elétrica em parte do bairro, que surgiriam as primeiras casas na região. Seu Walter Davi de Ramos é um desses pioneiros, chegou ao Criméia Oeste em 1960, época em que a região não oferecia infraestrura quase nenhuma, ele se recorda que tudo era um grande cerrado, nem rua aberta tinha.
Senhor José Bezerra Sobrinho chegou ao Criméia Leste praticamente na mesma época e o que ele encontrou não foi diferente do que seu Walter havia encontrado, senhor José se lembra que a região era utilizada como pasto para o gado dos fazendeiros da região, ele ainda completa dizendo que o Criméia ficava isolado já que não existia nenhum outro bairro na região.
E os primeiros moradores conviviam com esses animais pastando pelo bairro por muito tempo, somente aos poucos essa situação foi mudando. Rita Maria Andrade Almeida, moradora e comerciante no bairro se lembra de que mesmo quando chegou ao bairro, isso há 18 anos, ainda teve que passar por situações constrangedoras, há 11 ela abriu sua loja e ainda nesse tempo chegava pela manha para abrir a empresa antes tinha que limpar a porta, que ficava cheia de fezes de cavalos e vaca.
Foi na década de 70 que começou a chegar outros benefícios, porém seu Antônio Pereira Borges que chegou ao Criméia Oeste em 1977 se recorda que mesmo assim, morar no bairro ainda não era fácil, de acordo com ele não tinha quase nada no bairro, comércio era apenas um mercadinho, ao lado do bairro tinha era uma grande plantação de arroz.
Rita se lembra de que quando esses benefícios chegaram por muito tempo eles eram deficientes e acabavam gerando outros problemas, devido às constantes quedas de energia, muitos moradores tiveram algum eletrodoméstico queimado.
Alice Granja Barreto Lobo chegou ao bairro há 20 anos e também encontrou uma região ainda carente, de acordo com ela apesar do bairro ficar próximo ao Centro acabava se tornando longe de tudo, pois o transporte coletivo era deficiente e o bairro não oferecia nenhum suporte, como por exemplo, supermercados.
Toda essa dificuldade acabava desvalorizando o bairro, mas quem acreditou e apostou na região acabou fazendo um bom negócio, hoje tanto o Criméia Oeste quanto o Criméia Leste se apresentam muito bem desenvolvidos, todos os benefícios que são necessários para se viver com qualidade de vida, as duas regiões estão bem servidas, energia elétrica, água tratada, esgoto e asfalto, o bairro é inclusive cortado pela avenida Goiás uma das principais avenidas da capital. Os animais pastando pelo local ficaram agora apenas nas lembranças dos pioneiros, e assim como o bairro os comerciantes também foram impulsionados a crescer e outros tantos surgiram em ambas às regiões.
Se antes os moradores precisam ir longe para fazer suas compras básicas hoje à história é diferente. Porém o desenvolvimento não gera apenas benefícios, tem também os dissabores, e com o Criméia não foi diferente, conforme relatos de alguns dos pioneiros a criminalidade no bairro surgiu, principalmente assaltos.
Um outro fator que também precisa de mais atenção das autoridades com urgência é a questão do transporte coletivo, há anos a população tanto do Criméia Oeste quanto a do Criméia Leste, sofrem com a deficiência desse serviço.
Mas carências a parte a verdade mesmo é que quem investiu no Criméia Oeste ou Leste, jamais se arrependeu, ao contrario, o objetivo é continuar crescendo com o bairro.