
Quem mora, trabalha, visita ou apenas passa pelo Setor Pedro Ludovico não pode deixar de perceber a grandiosidade do bairro em vários aspectos. O comércio é forte e diversificado. Grandes empresas estão instaladas aqui. Alguns segmentos industriais também estão presentes. No aspecto da habitação, edifícios residenciais de arquitetura moderna, muitos, luxuosos e na parte mais nobre, alguns chegam à suntuosidade.
Resistindo ao processo de desenvolvimento e à verticalização, há ainda muitas casas térreas, desde as mais simples às mais sofisticadas. Pelas principais avenidas do bairro, passam diariamente, milhares de carros, motocicletas e caminhões, que buscam a saída sul de Goiânia ou mesmo os bairros circunvizinhos. Os ônibus de diversas linhas do transporte coletivo trafegam apinhados de passageiros, que embarcam e desembarcam na desordem do Terminal Izidória. Pedestres apressados entram e saem das agências bancárias, das lojas, das escolas, dos restaurantes e de tantos outros estabelecimentos comerciais.
Outros correm atrás da forma física e da saúde na pista do Parque Areião. Ainda há aqueles que apenas contemplam a serenidade e diversidade do Jardim Botânico. E os ouvidos dos moradores tiveram que se costumar ao nada melodioso som das sirenes das ambulâncias que pedem socorro ao Hospital de Urgências de Goiânia, construído no limite do bairro com o Setor Marista. No mês de junho, um som bem mais agradável toma conta do Setor Pedro: é a festa de Santo Antônio, padroeiro do bairro, que tem novena, procissão e as deliciosas barraquinhas de quermesse. Ufa! O bairro é mesmo múltiplo! E apesar de toda esta pujança ainda há um enorme potencial a ser explorado no bairro. Muito disso se deve à localização privilegiada do Pedro Ludovico. O setor integra o chamado Centro Expandido da capital e é uma das principais vias de acesso às regiões sul e sudeste de Goiânia e também à nossa vizinha e potente Aparecida.
Mas todo este desenvolvimento só veio a partir da década de 60 com a expansão demográfica que aconteceu no bairro e a conseqüente chegada dos serviços básicos. Até esta época, o Setor Pedro Ludovico era uma verdadeira ilha cercada de mato por todos os lados.
O Setor Pedro Ludovico teve início para abrigar principalmente pessoas que vinham de outros estados e não tinham recursos para se instalarem na área central de Goiânia. Nasceu da divisão da antiga fazenda Macambira e inicialmente, era formado por uma enorme área que englobava, além do que é hoje o bairro, também o atual Setor Marista. A divisão para a criação de outro bairro foi para atender um capricho: anos mais tarde, quando famílias mais abastadas começaram a se mudar para as proximidades do Colégio Marista, área, que mesmo antes da construção do colégio já era conhecida como dos Maristas, começaram a reivindicar a mudança. Tanto fizeram que em 1961, a Câmara Municipal aprovou o desmembramento. E assim o Setor Pedro perdeu parte de sua área, mas ainda assim continuaria sendo um dos maiores da capital.
A princípio, o bairro ficou sendo conhecido como Macambira, em função da fazenda que existira ali e deu origem ao bairro. Mas foi uma homenagem ao fundador de Goiânia que deu a denominação ao setor.
Em um bairro perdido no meio do nada, a vida era difícil. Para trabalhar, os primeiros moradores tinham que embarcar em uma velha “jardineira” e se aventurarem até o distante centro. Água encanada e energia elétrica, nem pensar. Isso era luxo de poucos no Centro e em Campinas. O mercado do Setor Pedro era onde os moradores faziam suas compras. E imaginem, era tão simples, que era todo feito de tábua.
E por muitos anos, o Setor Pedro Ludovico foi assim: distante, pouco habitado e sem nenhuma infraestrutura. Mas o tempo passou e o bairro mudou. Principalmente a partir da década de 60, Goiânia cresceu muito e a região sul foi o destino primeiro dessa expansão. Aos poucos os lotes desvalorizados da antiga Macambira foram se transformando e se tornaram disputados por moradores, construtoras e empresas. E Hoje o bairro está em uma região das mais valorizadas e centrais de Goiânia.